Em dez anos, o volume total de resíduos caiu em média 66% e atingiu um incrível nível de reaproveitamento de 99,8%, certificado pelo Instituto Lixo Zero Brasil nos últimos quatro anos
Pela quarta vez consecutiva, a CASACOR São Paulo conquistou em 2024 a certificação Lixo Zero , desta vez por ter atingido o patamar de 99,8% de resíduos reaproveitados na edição de 2023. O resultado é fruto de um trabalho gradual e consistente que começou em 2014. Antes disso, todos os resíduos gerados na mostra paulistana eram de responsabilidade dos profissionais do elenco. Cada um contratava caçambas para as fases de montagem e desmontagem dos ambientes – e, no caso das empresas que operavam os espaços de alimentos e bebidas, também durante a visitação da mostra.
Desde 2016, o ciclo de descarte é unificado para a mostra inteira.
Isso começou a mudar com a chegada de dois importantes atores dessa revolução: Livia Pedreira e Darlan Firmato, à época diretora superintendente e arquiteto de CASACOR São Paulo. “Nós temos um interesse especial pela área da sustentabilidade e, ao planejar a edição de 2015, percebemos que era necessário transformar a maneira como se lidava com os resíduos gerados durante a mostra”, conta Livia, atual presidente do conselho curador.
Em primeiro lugar, era preciso ter informações sobre o assunto. Assim, em 2015 realizou-se um grande levantamento de dados em parceria com a consultoria Inovatech Engenharia. O objetivo era embasar um plano de ações com metas para tornar a mostra mais sustentável. Desde então, alguns números consolidados ajudam a demonstrar o sucesso das medidas:
2,14 mil toneladas era o volume médio de resíduos gerados a cada edição da mostra até 2015.
Um projeto-piloto em 2015 envolveu as equipes para a separação e destinação corretas de todos os resíduos de gesso e madeira da mostra.
90% dos refugos passaram a ser desviados de aterros sanitários em 2016 graças à gestão centralizada de resíduos.
Darlan Firmato, diretor de operações da CASACOR São Paulo
A produção de adubo orgânico e a redução dos materiais impressos derrubaram em mais 28% a geração de resíduos em 2017.
O índice de 99,3% de reaproveitamento foi atingido em 2018.
As sobras das tintas usadas nos ambientes, totalizando 550 kg apenas no primeiro ano, retornam para o fabricante, a Coral, num esquema de logística reversa adotado desde 2018. De volta à indústria, esse material dá origem a um novo subproduto.
Uma redução de 66% no total de resíduos gerados em comparação com o volume constatado em 2015 veio em 2019 com a proibição do uso de alvenaria e dos mapas de papel.
Outro exemplo de logística reversa é o protetor de piso da Salvabras, devolvido à fábrica para reutilização ou como parte da linha de produção,
Paulo Salles, sócio-diretor da Salvabras
A primeira certificação Lixo Zero foi concedida em 2021, referente à mostra de 2019, e tem sido renovada desde então.
Um documentário sobre todo o processo de gestão dos resíduos foi realizado em 2022, no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, juntamente com a CICLO.